Existe um lugar onde podes te recolher para descansar da labuta diária. Um recanto de silêncio e beleza onde te é possível a reflexão oportuna. Uma capela humilde permanece erigida para o concurso de tuas orações e uma lareira acesa persiste para te aquecer a alma enregelada de dor.
É um refúgio que te protegerá da agonia momentânea. Esse lugar que não supões há muito te espera. Nessa morada segura, onde se recolhe, Jesus te aguarda os passos.
Esse lugar misterioso e insondável é o teu coração. Um verdadeiro altar onde as preces se fazem canção de melodia primorosa.
Cada criatura tem um santuário no próprio espírito, onde a sabedoria e o amor de Deus se manifestam, através das vozes da consciência. E por recomendação do Mestre, é nesse lugar que devemos entrar em comunhão com nosso Pai, orando no segredo do nosso íntimo, no silêncio de nossas esperanças e aspirações mais sagradas, erguendo em si mesmo o santuário divino da fé e da confiança, onde interprete sempre a vontade de Deus, com respeito ao seu destino.
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua mais completa pureza. Em momento algum deixa de confiar nos desígnios de Deus. Deus nunca abandona! O homem, porém, a si mesmo se abandona, vitimado pelo egoísmo e os seus sequazes que, nutridos pela invigilância de cada um, terminam por dominá-lo.
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, que desejaríamos que nos fosse feito e a caridade é benevolência para com todos, indulgências para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
A atitude do verdadeiro cristão perante o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo será em primeiro lugar, conhecê-lo e posteriormente, vivenciá-lo. Conhecê-lo sem vivenciá-lo pode ser muito danoso a nós e ao aprendizado de quem nos rodeia. Fariseus e publicanos foram muito criticados por Jesus, pois conheciam a lei e não as colocavam em prática. Foram por isso chamados de túmulos caiados, brancos e limpos por fora e sujos por dentro.
Nossa ignorância nos leva à dor que é um apanágio do planeta que vivemos. Sofremos porque erramos muito e erramos muito pelo total desconhecimento que a maioria de nós tem das verdades transcendentais que regem o equilíbrio de nossas vidas. Relutamos ainda em acreditar na lei de ação e reação que coordena nossa existência. Ainda temos dificuldades de entender que quando fazemos mal ao nosso semelhante é a nós que estamos fazendo ou se destruímos a natureza, sem o percebermos, estamos colaborando para a destruição do planeta em que vivemos.
O auto-conhecimento faculta o esforço por superar as dificuldades e lutar contra as imperfeições que tisnam a claridade diamantina da consciência que reflete o pensamento divino.
O Evangelho é um guia de segurança e a revelação espírita, que te elucida as causas dos males que afligem as criaturas mediante a reencarnação, favorecer-te-ão com os elementos para superardes quaisquer construções, impulsões e tendências negativa.
Não te dês trégua nem te sintas desanimado nesse tentame, – o da luta pela conquista do mundo íntimo.
Descobrirás os graves compromissos que te assinalam, e, com isso, não terás tempo de observar o argueiro na vista do próximo.
Encontras-te, na Terra, comprometido com a vida, a serviço de um mundo melhor e é necessário que te desincumbas em clima de paz em todos os embates.
Não receies, e intenta, hoje e agora, antes que transferindo sempre para amanhã, sejas surpreendido pela desencarnação que, então, imporá a necessidade do auto-conhecimento, talvez tarde demais.
Sentirás a presença de Deus através da paciência ante as circunstâncias difíceis; da resignação em face dos problemas que não podem ser solucionados; da coragem perante os testemunhos, e o amor sempre, em todos os momentos e situações.
Chico Xavier – Emmanuel