Nos dias difíceis, reflete nos outros dias difíceis que já se foram.
Depois de atravessados transes e lutas que supunhas insuperáveis, não
soubeste explicar a ti mesmo de que modo os venceste e de que fontes
hauriste as forças necessárias para te sustentares e refazeres, durante e
depois das refregas sofridas.
Viste a doença no ente amado assumir gravidade estranha e sem que lograsses
penetrar o fenômeno em todos os detalhes, surgiu a medicação ou a
providência ideais que a arrebataram da morte.
Experimentaste a visitação do desânimo, à frente dos obstáculos que te
gravaram a vida, mas sem que te desses conta do amparo recebido, largaste o
desalento das trevas e regressaste à luz da esperança.
Crises do sentimento que se te afiguravam invencíveis, pelo teor de angústia
com que te alcançaram o imo da alma, desapareceram como por encanto sem que
conseguisses definir a intervenção libertadora que te restituiu à
tranquilidade.
Sofreste a ausência_de_seres_imensamente_queridos, chamados pela
desencarnação, por tarefas inadiáveis, a outras faixas de experiência. No
entanto, sem que dependesses qualquer esforço, outras almas abençoadas
apareceram, passando a nutrir-te o coração com edificante apoio afetivo.
Tudo isso, entretanto, sucedeu porque persististe na fé, aguardando e
confiando, trabalhando e servindo, sem te entregares à deserção ou à
derrota, ofertando ensejo à Bondade de Deus para agir em teu benefício.
Nas dificuldades em andamento, considera as dificuldades que já venceste e
compreenderás que Deus, cujo infinito amor te sustentou ontem, sustentará
também hoje.
Para isso, porém, é imperioso permanecermos fiéis ao cumprimento de nossas
obrigações, de vez que a paciência, no centro delas, é o dom de esperar por
Deus, cooperando com Deus sem atrapalhar.
Chico Xavier – Emmanuel